Tomada da chegada ao destino: ida.
Houve um tempo no qual minha pessoa apenas sonhava em viajar por aí. Um adolescente no auge de seus dezesseis anos de idade que já queria, de alguma forma, conhecer várias cidades e elas poder explorar. Um verdadeiro sonho de menino. Queria poder dizer que já havia pisado em lugar tal, ter comido de seus pratos típicos, ter conhecido pessoas interessantes e ter se maravilhado com uma ambientalização totalmente diferente da qual estava acostumado.
E passaram-se dezesseis anos. Uma vida inteira, praticamente. Em meados de setembro de 2010 resolvi colocar em prática meu anseio de conhecer vários lugares. Depois de longos 21 anos, entrei novamente em um ônibus rodoviário. De forma solo. O destino era a cidade catarinense de Mafra, local este escolhido à dedo como o início de uma jornada que perdura até hoje. Cada passeio/viagem é uma aventura, na qual apenas as fotos podem constatar e dar veracidade para cada momento.
E vieram várias outras cidades desde então. Desde idas ao melhor estilo mochileiro (de ficar um dia no lugar) até o descanso de férias no trabalho. A ida até Santana do Livramento/RS, região da fronteira livre com a cidade uruguaia de Rivera, acabou sendo mais um marco pessoal. Ao todo foram 42 horas dentro do ônibus, somando ida e volta, onde uma quantidade exorbitante de fotos foram tiradas e os trechos noturnos desta verdadeira epopeia ficaram reservados ao sono absoluto.
O mês de novembro de 2010 marcou o retorno ao solo de nascença após longos 22 anos: o Estado de São Paulo. Para tanto, Registro/SP foi o alvo de minha visitação. No mesmo ano, Chapecó/SC e Joinville/SC acabaram sendo eleitaa para uma ida ao melhor modo mochileiro de ser, sem o menor resquício de arrependimento. Entretanto, o mês de fevereiro (em 2012) marcou a minha volta para a cidade natal, a capital paulista, depois de exatos 23 anos. Várias outras cidades puderam ser por minha pessoa visitadas desde então: Miracatu/SP, Paranaguá/PR, Ponta Grossa/PR, São Bento do Sul/SC, São Mateus do Sul/PR, Ourinhos/SP e Sorocaba/SP. Mais recentemente, Porto Alegre/RS acabou sendo o destino para o descanso de férias, superando toda e qualquer perspectiva por minha pessoa lançada antes da viagem.
Tomada da chegada ao destino: volta.
Qual seria, então, o motivo de mostrar parágrafos dignos de um diário pessoal em um blog aberto para quem queira visitá-lo? Este blogueiro gostaria de ter uma resposta sincera para tal pergunta, mas provavelmente a mesma poderia provocar ainda mais dúvidas, fora as já existentes. Preferível deixar como está...
O legal está justamente nesta fixação pelos passeios. O dinheiro curto não possibilita que isto seja feito com frequência, até porque a vida exige que certas prioridades tomem a frente de imediato. Mas cada foto é um pedaço de um momento, de um acontecimento, um espaço que passou à ser ocupado na mente deste blogueiro com grande entusiasmo. As imagens em fotografias podem passar muitas e diferentes mensagens, cujo entendimento pode ser mais simples do que com palavras proferidas por uma pessoa.
Por isso, a ideia de se fazer um conto reunindo o que de melhor minha pessoa pôde observar nestas andanças ganhou forma e consciência. Será um trabalho difícil, árduo e até meticuloso. Não haverão ranqueamentos, nem tão pouco citações à "coisas boas versus coisas ruins". Apenas os momentos, o que cada imagem vem à representar, entre tantas outras coisas.
A chance de se obter sucesso caminha de forma paralela à chance do conto se tornar falho. É um risco que merece atenção, no qual a minha pessoa resolveu fazer aquela aposta marota e certeira. Ainda bem que existem as imagens registradas em fotos...
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