domingo, 3 de junho de 2012

A corrida para os Jogos Olímpicos de 2020, com um pouco de história...

Os anéis olímpicos, em evidência.

Desde o longínquo ano de 1896, esportistas de todo o planeta se reúnem em uma mesma localidade na finalidade de celebrar, com harmonia, o chamado movimento olímpico. Foi o francês Barão Pierre de Coubertin quem resgatou tal ideal nos momentos finais do século XIX, no anseio claro em reviver uma antiga tradição realizada há muitos séculos atrás pelos gregos.

O nome Jogos Olímpicos foi oficializado. Após um congresso em 1894, ficou estabelecido que a capital grega, Atenas, seria a cidade que receberia (em dois anos) a primeira edição do Jogos Olímpicos da Era Moderna. Tal fato se concretizou com brilhantismo mas, quatro anos após, ficou em estado de alerta.

O alerta se deveu ao fato dos Jogos de Paris'1900 e de Saint Louis'1904 serem ofuscados por Feiras Internacionais, realizadas junto ao evento esportivo. Desnecessário enfatizar que o movimento olímpico conheceu, ali, seu primeiro grande risco. Mas a realização das Olimpíadas de Londres'1908 tratou de colocar as coisas mais em ordem.

Desde seus momentos iniciais, as Olimpíadas Modernas já conheceram problemas e, atualmente, também conhecem outros problemas. Excetuando-se as duas Guerras Mundiais (que levaram ao cancelamento do Jogos de 1916, 1940 e 1944) oportunidades de ordem política e/ou financeiras tornaram-se o grande obstáculo à ser batido pelo Movimento Olímpico.

O logo de Londres, sede dos Jogos Olímpicos de 2012.

Como esquecer do ataque terrorista à delegação de Israel, durante os Jogos de Munique'1972? Da mesma forma, os grandes boicotes políticos aos Jogos de Moscou'1980 e de Los Angeles'1984 mostraram muito daquele famoso pragmatismo existente, onde o poder e as casualidades tendem à tudo mover. A eleição de Atlanta para sediar os Jogos de 1996 também carregam, até hoje, dúvidas quanto a sua escolha frente à Atenas (tratava-se da edição do Centenário Olímpico).

No quesito finanças, os Jogos de Montreal'1976 mostraram que o Movimento Olímpico estava em um momento alarmante. A cidade canadense precisou de muitos anos para equilibrar as suas finanças, por conta da realização de uma Olimpíada que não deu, enfaticamente, nenhum retorno (o Estádio Olímpico de Montreal, até hoje, é um símbolo disto). Em uma época de Guerra Fria, Moscou'1980 conseguiu manter-se sozinha. E foi com Los Angeles'1984 que apareceu uma edição da Olimpíada de retorno financeiro, com merchandising agressivo e produtivo. Os ideais olímpicos misturavam-se à outros ideais, para o bem ou para o mal.

Incrível notar que, após 1984, muitas cidades anseiam em sediar o Movimento Olímpico. Para 1988 haviam apenas duas candidatas (a sul-coreana Seul e a japonesa Nagoya). A corrida em sediar a Olimpíada de 1992 viu o número de cidades candidatas elevar-se para onze (onde seis foram as finalistas).

Com custos cada vez mais ousados e determinações socioecológicas cada vez mais presentes, as cidades candidatas vem o desafio em sediar o Movimento Olímpico maior edição pós edição. Pequim'2008 passou o bastão da responsabilidade para Londres'2012, que se encarregará de passar a bandeira olímpica para Rio'2016. E a cidade brasileira será a responsável por conduzir a chama até uma nova sede, na qual ocorrerá a confraternização esportiva de 2020.

Um alento em comum cabível para todas as sedes (e postulantes ao evento) está, justamente, no quesito legado olímpico. Gastar muito com as obras, e elas ficarem sem uso após o Movimento Olímpico, é algo que tem de ser repensado.

As candidatas para 2020

Site do Comitê Olímpico Internacional (COI), em detalhe.

Tendo por base o que foi descrito no último parágrafo mais acima, as candidaturas olímpicas não podem simplesmente esperar pelo retorno financeiro. Há todo um legado que deve ser levado com grande responsabilidade, tanto esportivo quanto social. E a capacidade de elevar os nomes de suas nações adiante também faz parte do processo.

O descrito acima serviu para Sydney'2000, que ensinou ao mundo como uma Olimpíada deve ser realizada (nas mais diferentes vertentes possíveis). Barcelona'1992 mostrou um apoio popular ensurdecedor. Atenas'2004 teve muitos problemas de entrega das obras, mas conseguiu realizar uma grande edição do Movimento Olímpico. Pequim'2008 mostrou todo o seu trabalho, após ter perdido para Sydney o direito de sediar os Jogos de 2000. A inglesa Londres colocará suas tradições à prova ao passo que o Rio sediará o evento, pela primeira vez, em solo sul-americano (a segunda vez na América Latina, sendo a primeira em 1968 na Cidade do México).

Agora, os olhares se voltarão para as três finalistas no pleito para sediar os Jogos Olímpicos de 2020. A decisão final ocorrerá em Buenos Aires, na Argentina, em 7 de setembro de 2013. Vale lembrar que, inicialmente, haviam seis cidades candidatas. Com uma desistência (que foi a da capital italiana, Roma) e a eliminação de duas contestantes (Baku no Azerbaijão e Doha no Qatar) três candidaturas seguirão adiante.

Istambul, Turquia

Detalhe do site oficial da candidatura de Istambul para 2020.

A cidade turca não está se candidatando pela primeira vez a ser uma sede olímpica. Para os pleitos de 2000 e de 2008, Istambul integrou o grupo das cidades finalistas. A cidade possui não apenas uma história grandiosa (Constantinopla é o nome antigo desta cidade, que já foi a capital do Império Bizantino) como também uma localização estratégica e importante, entre a pequena parte europeia do País (veja aqui) e a sua parte asiática.

Istambul é a cidade mais populosa de toda a Turquia, sendo que nela está grande parte das movimentações econômicas que ocorrem no País. Entretanto, o crescimento populacional aguçado da cidade faz com que a mesma tenha problemas em algumas de suas zonas. Questões como trânsito e poluição são citadas constantemente. Hoje, Istambul é a quinta cidade mais populosa do mundo, estando logo atrás da indiana Deli e logo à frente da brasileira São Paulo.

A candidatura turca prevê um número de obras muito importante e preciso. Os locais das provas unirão toda a área costeira de Istambul, bem como as suas zonas históricas. Parte da região florestal da cidade servirá também ao propósito olímpico. A maior parte dos eventos deverão ocorrer na parte europeia da cidade (um mapa geral pode ser visto aqui).

A maior cidade turca parece levar adiante uma candidatura de muito respeito, tendo como um de seus alicerces toda a importância histórica que a cidade possui. Um legado que, caso Istambul seja escolhida como sede, pode ser deixado para as futuras gerações da cidade. E motivos para vislumbrar Istambul sediando a Olimpíada não faltam.

Site oficial: Istambul 2020.

Tóquio, Japão

Detalhe do site oficial da candidatura de Tóquio para 2020.

A capital japonesa é uma cidade que respira tecnologia e tradicionalismo, que procura unir o novo e o antigo. Tóquio já foi candidata a sede olímpica em algumas oportunidades, tendo sido a cidade escolhida para receber os Jogos Olímpicos de 1964, em uma candidatura que venceu a norte-americana Detroit, a austríaca Viena e a belga Bruxelas. Foi durante a edição olímpica de 1964 que os japoneses mostraram, para o mundo todo, sua evolução e poder de reação após o estado no qual ficou o País na Segunda Guerra Mundial.

A capital japonesa tem, hoje, o maior PIB de todo o planeta (avaliando o quesito cidades). A diversidade cultural tem aumentado na medida em que os contatos ocidentais ficam cada vez mais em evidência. Ainda assim, os costumes tradicionais do Japão se fazem conservar com responsabilidade, especialmente no que se diz respeito à religião. As vestimentas formam um fator de curiosidade (o kimono ainda é visto nas ruas de Tóquio mesmo que, atualmente, roupas tradicionais tem sido usadas apenas em certos dias e/ou eventos especiais).

Tóquio foi candidata à sediar os Jogos de 2016, mas acabou derrotada pela espanhola Madrid e pela brasileira Rio de Janeiro (ficando à frente da norte-americana Chicago). O plano estrutural da candidatura presente aparenta ter a base no pleito para 2016. A capital japonesa apoia-se em tudo aquilo que uma megalópole como ela pode oferecer (clique aqui e veja o mapa, escolhendo a opção Venue Plan).

A capital japonesa possui alicerces atuais fortes para ostentar a candidatura. O Japão não vive, atualmente, um momento econômico que lembre outras épocas. Ainda assim, todo um legado poderá ser deixado às futuras gerações. Tóquio é uma candidata de peso.

Site oficial: Tóquio 2020.

Madrid, Espanha

O logo da candidatura de Madrid para os Jogos Olímpicos de 2020.

A capital espanhola tentará, pela terceira vez seguida, levar a edição do Movimento Olímpico para o seu País. Derrotada nos pleitos para 2012 e 2016, Madrid pega toda a experiência adquirida e necessária, na busca para ser eleita como a anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2020.

No ano de 1992, Barcelona mostrou para o mundo uma Olimpíada regada à alegria dos seus participantes e espectadores. Desde 2005, Madrid tem mostrado que anseia em não apenas reviver toda esta alegria, como também realizar uma edição olímpica ainda mais esplendorosa e acochegante. A cidade possui uma estrutura propícia para tanto, que se alarga desde os seus sistema de transportes até parar nos atrativos turísticos que a mesma possui.

Uma questão que merece ser levantada está justamente no fato de Londres sediar o evento em 2012. O COI, em si, não pratica o rodizio de continentes para a escolha da sede olímpica mas, levando em consideração a localização das três cidades finalistas, Madrid aparenta ter uma pequena desvantagem. Entretanto, os motivos reais para alardes são outros que, em suma, são idênticos entre as três finalistas.

Madrid é uma candidata de respeito. Não apenas por sua cultura e importância, mas por carregar todo um anseio em realizar uma edição do Movimento Olímpico. Motivos para almejar tal realização a capital espanhola tem, e razões para crer no mesmo se concretizando também.

Site oficial: Madrid 2020.

No ar, fica apenas uma questão: qual será a sede
dos Jogos Olímpicos de 2020?

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Referências de importância:

International Olympic Committee (IOC) - clique aqui (Comitê Olímpico Internacional - COI).
Wikipédia - Lista dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.
Wikipédia - 2020 Summer Olympics (Jogos Olímpicos de Verão 2020).
Alvader.com - IOC Vote History (História dos Votos do COI).
GamesBids.com - 2020 Olympic Bid News (Notícias das candidaturas olímpicas para 2020).
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E esta é a quinta alteração de template dele, datada de
18 de outubro de 2013.

(a última foi em 16 de dezembro de 2012)

Retornando às atividades em 2019.

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