segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Devaneio Mental em ritmo olímpico...


No último dia 7 de setembro, houveram as comemorações pátrias pelo Dia da Independência do Brasil. Na mesma data, muitas pessoas aproveitaram para ir às ruas, no âmbito de clamar por melhoras nos serviços prestados e também por reformas à nível político no País.

Entretanto, tal dia também reservou uma bela sacudida no mundo esportivo, e a força maior de tal acontecimento estava na capital argentina, a Cidade Autônoma de Buenos Aires. Isto porque ali estava em andamento mais um centenário congresso do COI  (Comitê Olímpico Internacional) que, dentre as suas missões ali, uma era bem especial e fazia com que todo o planeta olhasse fixadamente para três cidades, no anseio de uma delas ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2020.

Entre a espanhola Madri, a japonesa Tóquio e a turca Istambul, estava sendo feito todo o aprimoramento de informações e a caça aos votos, para se descobrir quem iria suceder a brasileira Rio de Janeiro, após o movimento olímpico marcado para 2016. E com uma vantagem considerável de votos na rodada final, a capital japonesa acabou sendo eleita a sede da Olimpíada para daqui sete anos.

Com base em tal premissa (analisando apenas o caráter emocional e chamativo da questão), minha pessoa resolveu redigir um conto que não tem personagem fixo. Apenas um narrador fala sobre aquilo que via em noticiários, de conversas em rodas de amigos, vendo eventos esportivos no estádio, dentre tantas outras coisas. Em uma curta história, você verá como poderá ser a passagem de sedes no Estádio Maracanã, palco da Cerimônia de Encerramento da Olimpíada'2016.

Tenha uma boa leitura.



#15 - Anseios e algo mais...

Um conto olímpico...


Um pequeno fragmento de uma cidade chamada Rio de Janeiro.

Era um dia histórico. O estádio do Maracanã estava muito colorido, lotado de pessoas de várias partes do mundo. Ali embaixo, no tapume que protegia o gramado do lugar, bailarinos e atores estavam prontos para iniciar a Cerimônia de Encerramento da Olimpíada no Rio. Um momento dos mais tristes em qualquer evento esportivo, pois é a hora do adeus fraternal, caloroso e daquela mensagem simbólica que diz: "até um dia".

Eu estava totalmente feliz, extasiado e apenas aproveitando aquele momento. As festividades começaram lá no meio do Maracanã, com a premiação da maratona olímpica. As bandeiras das nações dos atletas tremulavam forte nos mastros do estádio e todos estavam de pé, ouvindo o Hino do País vencedor. Do meu lado estava uma moça oriental, que olhava reto para o evento e não se permitia piscar. Eu achava que, em breve, ela iria chorar também. 

Enquanto isso, os atletas foram chamados. Todos eles entraram no estádio pelas arquibancadas, e não pelos locais mais habituais. Eles carregavam com imenso orgulho as bandeiras de suas nações pátrias. Era o dia da confraternização e eles brincavam muito. Davam risadas. Tiravam fotos. Sorriam para todos ali no Maracanã, que naqueles dezesseis dias não foi o tempo do futebol, mas sim do esporte mundial. A pira olímpica devidamente acesa e com força em suas chamas, atestava isso.

Assim que todos os atletas entraram, começou a demonstração da cultura brasileira. Foi mostrado um pedaço daquilo que pode ser visto em cada região do País, desde os churrascos ao melhor estilo gaúcho até chegar às tribos indígenas que habitam na área da Amazônia. O Brasil é grande demais e tratá-lo com apenas um tipo de cultura é errado. Eu tinha um medo, mas ainda bem que tudo aconteceu de forma diferente. Achei demais. Mas aquela garota, me recordo muito bem, olhava fixadamente para o estádio sem piscar, sem nada dizer. Cantores brasileiros tomaram a vez, com os mais diferentes ritmos musicais e agradando a boa parte do público ali presente, com muitas palmas e dança.

Em dado momento, foram chamadas as autoridades máximas para o evento. O Hino brasileiro se fez entoar, com a bandeira tremulando no mastro principal. O presidente do COI tentou soltar algumas palavras em português, para a alegria de todos ali presentes. Ele fez questão de convidar à todos para, dali a quatro anos, estarem presentes na nova edição dos Jogos Olímpicos que seriam realizados na cidade de Tóquio, a capital do Japão. E neste instante, algo inesperado aconteceu.

Um pequeno fragmento de uma cidade chamada Tóquio.

Aquela menina que estava ao meu lado começou a chorar. Na verdade ela não esbravejou nem nada, mas muitas lágrimas caíam copiosamente de seus olhos. Ela havia levado uma das mãos à sua boca, como quem não acreditava no que estava para acontecer. Naquele momento, no meio do Maracanã, o presidente do COI havia chamado os prefeitos do Rio de Janeiro e de Tóquio ao palco, pois iria ter início o cerimonial de passagem de sedes. Quando a bandeira olímpica chegou às mãos da autoridade japonesa, todos no Estádio aplaudiram fortemente.

A menina continuava a lacrimejar. Eu não sabia o que fazer, que ação tomar, mas queria muito poder falar com ela. Mas eu estava inseguro também, pois meu inglês era muito fraco e não queria parecer um bobo para ela. Neste meio tempo, a bandeira do Japão foi hasteada e o Hino do País começou a ser entoado. Agora sim a menina do meu lado se colocou a chorar mesmo, o que havia me dado certeza de que ela não era brasileira, mas sim uma japonesa que estava ali no Maracanã vendo a passagem da sede olímpica para a sua terra.

Era um momento mágico. Fogos brilharam nos céus com as cores vermelha e branca em destaque. E músicas tradicionais japonesas começaram a ser entoadas no estádio, com direito a danças folclóricas e demonstrações da cultura nipônica. Houve desfile de bailarinas, demonstração de sumô e também muitos, muitos dragões apareceram no meio do estádio, realçando as características mais básicas da cultura extremo oriental do mundo. A menina já havia parado de chorar, quando a delegação japonesa ali presente e os artistas lá embaixo gritaram para todos ouvirem: "Welcome to Tokyo, everybody!". Foi muito lindo aquele momento.

Para a surpresa de todos, a organização do evento havia chamado cantores tradicionais e pops do Japão para mostrar um pouco de suas afinidades musicais no Maracanã. Foram quase vinte e cinco minutos de musicas em idioma japonês sendo entoadas no estádio. Nisso, aquela menina olhou para um grupo que ali se apresentava e berrou alto sem nem pensar duas vezes: "Seus lindos!". Na hora eu me assustei e, com isso, ela virou para mim e pediu desculpas pelo susto, em bom e claro português. 

Fiquei curioso e perguntei para ela se ela era descendente. A resposta da menina foi sim, e que ela havia se emocionado muito com o que havia visto no Maracanã e que estava muito contente, pelo carinho do Rio e com a terra de seus antepassados tendo a honra de sediar uma Olimpíada novamente, dali a quatro anos. Nossa conversa parou quando o Hino Olímpico começou a tocar e a bandeira com os cinco anéis ia sendo tirada de um dos mastros. Logo após, em um momento de grande tristeza, crianças brasileiras e japonesas foram chamadas para, juntas, apagar a chama olímpica que durou dezesseis dias no Maracanã. Todos aplaudiram, incluindo eu e aquela menina.

Após isso tudo, a Cerimônia tinha se encerrado oficialmente e só era possível ver festa e alegria dos artistas convidados e dos atletas, lá embaixo no gramado do estádio. Eu e a menina conversamos muito e marcarmos de acompanhar a abertura da Paraolimpíada do Rio, dali um mês, no mesmo Maracanã. Ela dizia que talvez conseguiria ir ao Japão em 2020 ver os Jogos lá em Tóquio, no País da alta tecnologia. Eu fiquei contente em saber disto e, ao mesmo tempo, ansioso em poder rever tal pessoa dali um mês.

Que momentos assim jamais se apaguem da memória...

~ fin ~

Este blogueiro, aspirante a escritor, espera que você tenha gostado do conto, que apenas traduziu o simbolismo rejuvenescido pelo sentimento em acompanhar um cerimonial de tamanha magnitude. É claro que tudo exposto neste conto foi a mais pura ficção, mas ao mesmo tempo é algo que não está tão distante assim da realidade.

Humildemente, minha pessoa espera que você tenha apreciado este conto.

Até a próxima, visitante!

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2 comentários:

  1. Muito bonito o conto!
    E pelo que vi na NHK, a reação dos japoneses foi muito boa para as Olimpíadas de 2020. Espero que dê tudo certo até lá e resolvam os problemas de Fukushima. =/

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    Respostas
    1. Saudações


      Agradeço a ti pela leitura, Red Kim.

      E sim, a questão sobre Fukushima poderia ter tirado de Tóquio a Olimpíada, se não fosse a crise espanhola (contra Madri) e os problemas sócio-políticos turcos (contra Istambul). Certamente, o Rio não teria sido eleita sede em 2009, caso naquela época estive ocorrendo o que acontece atualmente no País...

      Mas isso é conversa para um post mais propício sobre o assunto.

      Por hora, só posso lhe agradecer muito e, igualmente, lançar votos para que o problema em Fukushima se resolva.


      Até mais!

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